Roda Caricata, por Leon Sousa Domingues

A capoeira angola e a caricatura, em caminhos diferentes, compartilham um mesmo fundamento: a arte da observação. Ambas nos convidam a olhar com atenção e a enxergar para além da superfície, revelando nuances que só se manifestam no encontro entre olhares.Como professor de capoeira angola e artista de caricaturista, encontrei nesse diálogo um terreno fértil para criar imagens que carregam corpo, memória e afeto. Cada desenho desta série nasceu da convivência com camaradas de roda, de suas gírias corporais e gestos únicos, que na capoeira se tornam jogo e, na caricatura, traço.Assim como na roda não vemos um movimento do mesmo jeito que outra pessoa vê, a caricatura também oferece uma visão enviesada, atravessada por nossas ideias e experiências. Não se trata apenas de retratar alguém, mas de abrir espaço para outro tipo de relação: rir, se reconhecer, se estranhar e se aproximar.Nesse encontro entre capoeira angola e caricatura, a imagem deixa de ser apenas representação e passa a ser vivência, um jeito de ver o outro através de uma nova perspectiva. No fundo, é isso que nos une: a experiência relacional que transforma tanto quem joga quanto quem desenha, e que sempre nos devolve uma imagem carregada de histórias. Nas rodas de capoeira e nas rodas da vida, onde o passado se faz presente, levantando e caindo persisto, e sigo, desenhando caminhos e colhendo amizades.

Artivista e brincante de folguedos populares, licenciado em Artes Visuais pela UFPE, e mestre em comunicação pela mesma. Sou caricaturista ceramista, escultor, pintor, músico, tatuador, desenhista, grafiteiro e professor de capoeira angola, nascido em Sertãozinho, interior do estado de São Paulo. Iniciei como produtor cultural em 2015, realizando a I Expo- CAC Artes Visuais, através do Diretório Acadêmico.  Ainda pelo Diretório Acadêmico, realizei a I Semana de Artes Visuais, onde também ministrei a oficina de graffiti intitulada de “ Caligraffiti” e o projeto  “Oficinas de Capoeira Relacional ” que teve duração de 1 ano. Criei junto com amigos a instalação “RE-VER-TER: memórias de uma ocupação” a qual foi apresentada por única vez em novembro de 2017 no Centro de Artes e Comunicação, para proporcionar uma reflexão sobre censura a que a arte vem sofrendo nas mãos do estado de exceção que se instaurou em nosso país. Necessitamos discutir qual o papel da arte para a construção de uma sociedade nova, mais solidária e mais justa. Em 2017, tive a oportunidade de ministrar uma oficina de graffiti junto à Prefeitura de Ipojuca no I Festival do Livro do Litoral Sul, experiência bastante enriquecedora que ampliou meu conhecimento e elevou meu interesse pela Arte educação.  Em 2018, adquiri experiência em mediação cultural na galeria Capibaribe, localizada no CAC ,  na exposição “Atos de Mover “, sob a orientação da professora Renata Wilmer, do departamento de Teoria da Arte. Realizei uma Oficina de Caligraffiti na primeira edição do Cena Universidade, no Centro de Artes e Comunicação ( CAC).  Ministrei uma  oficina de  confecção de Instrumentos de Capoeira Recicláveis no Projeto Capoeira Angola Estudos e Práticas (PROCAEP) no Sistema Integrado de Saúde (SIS -UFPE).  Realizei durante a semana da consciência negra uma oficina de Graffiti na escola Jarbas Passarinho, localizada em Ipojuca.   Em 2019 fui morar na Colômbia, e ministrei  Aulas de Capoeira Angola  por 1 ano pelo” Projeto Capoeira Angola Estudos e Práticas – PROCAEP” sede Colômbia, que se localizava no Parque Metropolitano El Tintal / Bogotá / Cundinamarca .  Neste ano de 2021, participei da exposição da galeria Capibaribe (CAC- UFPE) “ Aguardo sua Resposta” onde expus um conjunto de peças de cerâmica, intitulado de “ Utensílios de Barro”. em 2023 realizei uma oficina de graffiti em paulista no projeto social crianças do bairro são o futuro do bairro, onde através da oficina pintamos a fachada da escola.

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